sexta-feira

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SEGUNDA PARTE
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Melancólica carne
Em que outrora palpitou a alegria,
Olhos semicerrados do despertar cansado,
Tu vês, alma demasiado madura,
Aquilo que serei, caído na terra?
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Está nos vivos a estrada dos defuntos,
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Somos nós a fartura das sombras,
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São elas esse grão que nos abre em sonhos,
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Sua é a distância que nos sobra,
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E é a sombra que dá peso ao nomes.
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A esperança de um cúmulo de sombra
E nada mais será nossa sorte?
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E tu não serias mais que um sonho, Deus?
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Temerários, ao menos com um sonho
Queremos que te pareças,
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Como parte da demência mais clara.
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Não trema entre nuvens de ramas
Como pássaros matinais
Ao fio das pálpebras.
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Está em nós e enlanguesce,
Chaga misteriosa.
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