terça-feira

Walmir Ayala: DOMINGO

O domingo é um refúgio,
uma grande sala com candelabros bizarros
mas sem conforto.


É um relógio sem medo, uma cadeira sem encosto.


O azeite da vida começa sempre amanhã.
Olhamos o domingo como se fosse a máscara
dissimulada – atrás dela o punhal ou o mel.


Passeamos nos domingos como as feras em suas jaulas.
Tentamos perceber o grande acontecimento que não chega,
porque até os mortos, geralmente, deitam-se ontem
em seus leitos acolchoados.


O domingo é um touro sozinho numa arena.