sexta-feira

Walmir Ayala: LIMIAR

...

Mata-me de sede com tua água envenenada,
com o sal da tua água que sobeja.
Mata-me de sede com tua concha transparente.
Socorre o meu cansaço em teu abismo
e me despenha.
...
Pousa a brasa perpétua do teu dedo
em minha chaga.
Mata-me do consolo caridoso
do teu joelho calcinado.
És tudo o que temi para salvar-me.

...