quarta-feira

Walmir Ayala: TATUAGEM

...
Eu não sou um veículo eletrônico,
eu não sou uma golfada de sangue,
sou um assomo de carne,
uma explosão de ira.
Eu não sou uma película transmissora,
nem um écran, um zoom de aproximação,
nem sequer um microscópio.
Eu sou um sono tumultuado,
sou um sonho que me tatua.
A pele da minha alma tem árvore fantásticas
e saudades maternas, e monstros inconclusos,
abismos, ligações mais estabelecidas,
terrores que perfumam a máscara encoberta.
...
Eu não sou um instrumento.
Sou a mão que age e o gesto
que consuma.
...