sexta-feira

Robert Frost: ADEUS FIQUE TRANQUILO

...
Este despedir no começo da noite
E o frio para um pomar tão novo na aparência
Recorda-me de tudo que de mal acontece
A um pomar afastado no fundo da fazenda
Todo o inverno, com uma colina entre ele e a casa.
Eu não o quero devastado por coelho ou ratazana,
Não o quero sonhadoramente cortado como pasto
Por veados nem tampouco por galos silvestres
(E certo não seria ocioso chamar e convocar
Galos, veados e coelhos para o muro e
Eu os enxotaria com uma vara em vez de arma.)
Não o quero estorricado pelo calor do sol.
(Tomamos precauções contra isso, eu espero,
Por tê-lo colocado ao norte numa encosta.)
Nenhum pomar sofre com tempestade de inverno;
Mas há uma coisa ruim que é ter calor demais.
"Quantas vezes e vezes preciso dizer
Fique tranqüilo, meu pomarsinho. Adeus e fique tranqüilo.
Receie mais o excesso do calor do que o do frio."
Eu tenho que me ausentar por muito tempo
Meu negócio lá fora é com árvores diferentes
Menos cuidadosamente nutridas muito menos frutíferas,
E cujos bosques são tratados com um machado -
Bordos e vidoeiros e também tamargueiras.
Gostaria de prometer de me deitar à noite
E pensar no transe arbóreo de um pomar
Quando lentamente (e ninguém vem com uma luz)
Seu coração mergulha pela terra adentro.
Mas alguma coisa tem que ficar para ser feita por Deus.
...